Das fotógrafas Stella Pinheiro e Júlia Zulian
A proposta da obra é apresentar uma linguagem diferenciada da abordagem puramente estatística e técnica sobre esse debate tão importante e igualmente recorrente. O ensaio fotográfico apresentado pelas autoras, promovendo a conscientização para um futuro menos violento, traz um outro olhar para o tema: o da imagem figurativa.
Ao apresentar esse ensaio, elas mostram o que muitos não veem ou não querem ver: a violência contra a mulher, agravada pela pandemia. As mulheres ficaram isoladas em casa e forçadas a passar mais tempo com seus algozes. Sem rede de apoio, muitas vezes em situação precária, com trabalhos domésticos pesados, filhos impossibilitados de frequentar a escola, renda reduzida ou inexistente e assoladas pelo medo e estresse promovido pela grave crise sanitária, a violência contra a mulher tomou conta do país. Existem relatos que em alguns estados o feminicíio cresceu em 400%.
Saiba mais +Qual o tempo necessário para aprender falar espanhol?O livro, repleto de fotos que ilustram a angústia e o medo dessas mulheres, alerta também para o fato que a violência contra mulheres não é somente agressões físicas, mais também emocionais, sexuais e psicológicas. Fatores como a sobrecarga doméstica também influenciaram para que as vítimas se tornem mais vulneráveis e muitas delas não procuram a rede de apoio por temer pela própria vida e por proteção à vida dos filhos.
“O lar pode ser o lugar mais perigoso para uma mulher, afinal, é entre as paredes, escondidos do mundo, onde ninguém está vendo, que os agressores e feminicídas fazem suas vítimas. ”
Para contextualizar e fundamentar o trabalho, as autoras contaram com o apoio da Rede Somos Valentes, que desde 2019 tem como objetivo dar suporte a mulheres vítimas de violências.
Saiba mais +SAFE Art participa do Carandaí 25 com escultura de cinco metros