Má saúde ocular é um agravante no processo de alfabetização

Má saúde ocular é um agravante no processo de alfabetização

Especialista em oftalmologia pediátrica Luiza Paulo Filho relata crescente nos atendimentos a crianças míopes e faz o alerta aos responsáveis no mês comemorado a alfabetização

Dia 14 de novembro é comemorado o dia Nacional da alfabetização e somente no Brasil, segundo Organização Mundial de Saúde (OMS) existem 59 milhões de pessoas com miopia e informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 2,2 milhões crianças com idade entre 6 e 14 anos têm alguma dificuldade para enxergar e, por isso a importância de prevenção de saúde ocular desde a infância.

A médica oftalmologista pediátrica Luiza Paulo Filho faz alerta aos pais:
“As demandas de consultório aumentaram, é preocupante atender várias crianças em um único dia e a maioria delas saindo com uma receita para uso de óculos de miopia ou renovação da receita em razão do aumento do grau.

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Má saúde ocular é um agravante no processo de alfabetização

Algumas destas, em decorrência da falta de atenção nas aulas, estavam em processo de investigação no diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) sendo um distúrbio neurobiológico crônico que se caracteriza pela desatenção, impulsividade e agitação motora, quando, na verdade, essa dificuldade de concentração era decorrente da dificuldade de elas enxergarem. Este é um dos motivos para as escolas particulares solicitarem o laudo oftalmológico para as crianças no início do ano letivo”.

A especialista em oftalmologia pediátrica acrescenta: é necessária cautela na utilização dos eletrônicos como celulares e tablets, uma vez que estes emitem uma radiação azul capaz de provocar cansaço, esforço visual, dor de cabeça e insônia por alterar o metabolismo do hormônio do sono, a melatonina.

Na consulta, ao conversar com os pais e as crianças sobre o quão prejudicial é a utilização de telas, a médica Luiza Paulo Filho observa o olhar imediato dos pais para seus filhos como um “olhar de correção”. Entretanto, curioso e irônico observar os próprios responsáveis das crianças serem falta de exemplo em casa e no próprio atendimento médico. A especialista sempre conversa e orienta os pais sobre o padrão de comportamento deles na utilização dos eletrônicos, pois se é difícil para os adultos, imagina para as crianças?

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Segundo a especialista em Oftalmopediatria, os laboratórios que produzem as lentes dos óculos, observando o crescente conhecimento sobre a radiação azul e o estímulo à miopia em razão das telas, oferece a oportunidade dos pais comprarem lentes com o filtro bloqueador da radiação azul e lentes especiais que garantem a estagnação do aumento do grau.

Quais os sintomas ou comportamentos que pais e professores têm que observar nas crianças?
A responsabilidade principal é dos pais, eles precisam ter tempo para experienciar a beleza da maternidade/paternidade. É interessante que a equipe disciplinar da escola os ajude nesta observação no ambiente escolar. Então é necessário estarem atentos ao baixo rendimento da criança na escola, crianças que não conseguem se concentrar nos estudos, observar se seus filhos estão assistindo televisão “grudados na TV”, se eles ficam com os olhos muito próximos da tela do tablet ou celular ou com o aspecto de “força-los” fechando-os parcialmente, presença de lágrima excessiva ou sensibilidade a iluminação.

Qual o período certo de utilização de uso de telas para cada faixa etária?

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Seguimos as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria. Para bebês de 0 a 2 anos não é recomendado usar telas eletrônicas, pois esta fase é o momento de maior desenvolvimento visual, estima-se que seja em 90%. Então quando as pessoas deixam os smartphones ou tablets para distração ou evitar que a criança chore, nesta faixa etária de até 2 anos de idade, está estimulando algo negativo no bebê e terá consequências ao longo da vida da criança, como disfunção visual e consequente dependência de óculos. Acrescentou Luiza Paulo Filho

Especialista em oftalmologia pediátrica Luiza Paulo Filho
Especialista em oftalmologia pediátrica Luiza Paulo Filho

As recomendações de utilização são: idade de 2- 5 anos 1 hora por dia, dos 6 anos até 10 são 2 horas por dia e de 11 aos 18 anos até 3 horas por dia devendo ser intercaladas.

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