Desigualdade entre homens e mulheres

Desigualdade entre homens e mulheres

Por Sabrina Donatti

Dia 25 de outubro é o Dia Internacional Contra a Exploração da Mulher e essa data é marcado pela luta contra a desigualdade entre homens e mulheres, provavelmente muitas pessoas não sabem que exista essa data.
Mesmo muita gente ainda falando que acredita que não exista mais desigualdade, infelizmente, ela persiste e se comprova quando analisamos os dados, números que nos dizem que ainda não estamos perto da igualdade que tanto se almeja.

Então a gente precisa debater mais esse assunto para que se entenda onde devemos melhorar, já que é algo que depende de todo mundo e não somente de um grupo de pessoas, não podemos olhar de forma restrita para esses fatos.

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Nos últimos anos já tivemos bons avanços no quesito desigualdade, principalmente quando falamos de legislação, em destaque a Lei Maria da Penha, mas só a temos porque a cada dia ela é se faz mais necessária, pois ainda apresentamos um elevado número de violências contra a mulher.

Segundo dados da OMS ao longo da vida, uma em cada três mulheres é submetida à violência física ou sexual por parte de seu parceiro, ou violência sexual por parte de um não parceiro. São cerca de 736 milhões de pessoas que sofrem esse tipo de violência no mundo e somente com ações contínuas é que esses dados podem melhorar.
Além da violência, quando falamos de exploração contra a mulher, também estamos tratando de outros tipos de desigualdade como as de oportunidade e de tratamento. Dados da pesquisa do Grant Thornton de março de 2022, trouxeram que no Brasil mulheres ocupam apenas 38% dos cargos de liderança de empresas. Esse número, inclusive caiu de um ano para o outro, pois em 2021 estávamos com 39%, mas se a gente comparar com 2019 que tínhamos 25%, conseguimos notar um bom avanço.

Mas se a gente for esmiuçar esses dados, vemos algo bem problemático, como por exemplo, apenas 4% de mulheres são sócias dessas empresas. E no caso da pesquisa estamos falando de midle-market, que são empresas de médio porte.

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E como fazer isso mudar? Como melhorarmos a desigualdade entre homens e mulheres que causam diferenças de oportunidades e de tratamentos e tantas violências?

Investindo em educação e não somente na escola, mas falamos também de educação nas empresas, ações afirmativas para que as mulheres se sintam bem em todos os lugares, incluindo seu local de trabalho e para que, assim, consigam avançar nas suas carreiras.

Desigualdade entre homens e mulheres

Já é comprovado que mulheres em um ambiente de trabalho que as valoriza e as acolhe, permanecem no mercado, avançam cargos na empresa, além de proporcionar um bem a economia do país como um todo. Quando as empresas demonstram esse acolhimento e que prima pela igualdade de tratamento, problemas de assédio, por exemplo, caem, essa mulher se sente segura para denunciar, mas, principalmente, os homens aprendem a respeitar e isso acaba não ficando restrito apenas ao local de trabalho, mas também na sua casa com mulher, mãe, filhas, envolvendo toda a sociedade.

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Claro que precisamos de políticas públicas também para acolher todas as mulheres de todas as classes sociais, para que seja garantido vaga em creche para seus filhos, um transporte público de qualidade, saúde. Políticas de incentivo nas empresas para suas contratações e permanência, já que um bom número de mulheres após a maternidade, acaba por sair dos seus trabalhos pelo assédio que sofrem.

A legislação de combate à violência contra a mulher, como a Lei Maria da Penha, tem que ser cumprida. Precisamos de mais delegacias especializadas para o combate desse crime, que as mulheres sejam acolhidas quando resolverem denunciar e os processos judiciais andem com celeridade para que a lei seja realmente cumprida. Os homens muitas vezes continuam a praticar violências, pois acreditam na certeza da impunidade e que mesmo com a denúncia das mulheres, nada vai lhes acontecer.

O combate contra a exploração da mulher é uma ação conjunta de toda a sociedade, ela tem que começar em casa, passar pela escola e chegar ao local de trabalho. Por muitos anos nós mulheres fomos colocadas como inferiores, que não deveriam trabalhar, e muito menos estudar, que isso dependia da sua cor de pele e posição social, já que inúmeras foram exploradas durante toda a vida.

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Fomos deixadas de lado, vistas como sem capacidade intelectual, que nossa vida deveria ser dentro de casa e não nas ruas. Mas fomos e somos atrevidas, e resolvemos fazer diferente a tudo que os homens insistiram violentamente em nos impor, saímos das casas, ocupamos os bancos escolares, adentramos as empresas e a passos ainda lentos estamos chegando nos lugares importantes da política.

Ainda temos um bom caminho para percorrer, mas é bom que todo mundo entenda que não vamos parar.

Sabrina Donatti é gaúcha de Rio Grande, atualmente mora em Porto Alegre.
Sabrina é formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e se especializou em Direito da Mulher.

Sabrina Donat
Sabrina Donatti

Atua como influenciadora digital e em suas redes sociais seus temas são focados na mulher, em direitos femininos e direito da família. Durante o primeiro turno das eleições, Sabrina fez lives em seu Instagram com o tema Mulheres na Política, onde entrevistou candidatas e pessoas importantes da política brasileira para falar sobre atuação feminina no Congresso.